André Glasner é um diretor de audiovisual cuja trajetória atravessa mais de duas décadas, costurando experiências entre a televisão, o cinema, a animação e os documentários. Formado em Rádio e TV pela Escola de Comunicação da UFRJ, iniciou sua carreira em 2000 como editor na Limite Produções, trabalhando em programas para Multishow, Canal Brasil e Futura. Ainda nos primeiros anos de profissão, já se destacava pelo rigor estético e pelo interesse em unir linguagem televisiva e potência narrativa.
Sua estreia na direção veio em 2004, com o programa infantil Azuela do Azulay, do Canal Futura, premiado com a Medalha de Prata no Prix Jeunesse Iberoamericano, realizado em Santiago do Chile. No ano seguinte, dirigiu a série Livros Animados, também para o Futura, que recebeu indicação ao Japan Prize 2005, consolidando-o como um jovem diretor atento à sensibilidade do público infantil.
Nos anos seguintes, expandiu sua atuação para diferentes gêneros e formatos, da ficção televisiva aos documentários sociais. Entre seus trabalhos de maior repercussão estão Cidade de Leitores (cinco temporadas), Cronistas do Rio, Estação Saúde e Gente da Escola, todos exibidos em rede nacional pela Multirio, Band e Canal Futura. Nessas obras, combinou experimentação de linguagem com profundo respeito pelo público, especialmente jovens e educadores.
No cinema, estreou em 2017 com o curta-metragem Epílogos, um drama intimista que percorreu festivais no Brasil e no exterior, incluindo o Short to the Point Film Festival (Romênia) e a Mostra Sesc de Cinema. O filme recebeu o prêmio de Melhor Trilha Sonora no Largo Film Awards (Suíça), e foi selecionado também para festivais em Caruaru, Canoa Quebrada e outros. Essa experiência marcou sua inserção no circuito de cinema independente, ampliando seu repertório estético.
Nos últimos anos, Glasner dirigiu projetos que dialogam diretamente com o universo infantojuvenil e com o impacto cultural da televisão educativa. Entre eles, Como é Bom Tocar um Instrumento (finalista do ComKids 2019) e Ouviramzumpiranga (finalista do ComKids 2023), ambos reconhecidos pela inovação narrativa e pelo valor pedagógico. Também assinou campanhas institucionais e sociais de grande alcance, como Histórias de Quem Vem de Trem (Supervia) e o documentário 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes - 20 Anos Depois.
A inquietação artística se reflete também na criação de projetos autorais. Em 2023, lançou o Minha Aldeia, iniciativa de formação gratuita em audiovisual voltada a jovens em vulnerabilidade social. O projeto une sua experiência como diretor e educador ao desejo de democratizar o acesso às ferramentas de produção e à possibilidade de contar histórias próprias.
Ao longo da carreira, seu trabalho sempre se caracterizou pela versatilidade: transita entre documentários, ficção, programas educativos, campanhas publicitárias e animações, mantendo a preocupação de unir técnica refinada e visão autoral. Seja no set de um curta de festival ou na coordenação de uma série educativa, sua assinatura é perceptível no olhar humano e na busca por narrativas que provoquem reflexão.
Em 2025, André Glasner consolida-se como um diretor múltiplo, movido pela convicção de que o audiovisual é linguagem de memória, invenção e transformação. Suas obras refletem não apenas um percurso profissional de mais de vinte anos, mas também um compromisso ético com a cultura e com as histórias que merecem ser contadas.
